segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Dr. Matar

Na sua perfeita loucura saía para se encontrar. Dava voltas e voltas à cidade.
-Agora não saio daqui.
Um sonho nojento que me arrasta para fora.
-Vai-te embora.
Estar preso sem nunca ter estado em liberdade neste labirinto em que só a mim me amarro.

Podes perguntar. Pergunta.
-Vá, não sejas cobarde.
Pergunta para onde vais, de onde vens e como cá chegaste.
Interroga-te e sai.
Vai ver o rio a nascer, como ele corre até cá chegar.
Bem junto ao mar. Bem junto a ti, bem junto a nós.
-Que inutilidade, vê.

Há coisas que valem a pena. Aquelas pequenas que nem dás por ela.
Liberta-te e vai. Sai a correr. Já estás perdido e estás...
Nada vais encontrar senão tu perdido nesta maldita droga que te consome o coração, amolece as pernas. Sentir já não é contigo.

Faz como a canção, vai a algum lugar bonito.
Leva-te lá, arrasta-te até lá e fica.
Mas não por muito tempo.

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