terça-feira, 21 de outubro de 2014

A epopeia da velhice, para ti.

Em ti vou morrer
Em ti vou morar
O novo dia vais ter
Junto a mim, um novo ser.

Nasce de novo
Canta para povo
Cresce o Inverno
Num lar ultramoderno

Feito para todos,
Esta bossa nova
Nesta velhice só nossa
Sem qualquer sova.

quinta-feira, 4 de setembro de 2014


Dorme-se melhor quando se pratica a respiração sincronizada. 

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Habitar em ti

Aqui mora gente.
Moro eu, moras tu, moramos nós.
Moram aqueles que querem morar e aqueles que virão a morar.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Sensações

As mãos que me guiam até ao espaço, o espaço entre os teus dedos.
As minhas mãos que me levam até ti e que me fazem encontrar-te naquele pedaço de lugar que nada é mais senão a junção dos nossos dedos.
São elas que me permitem tocar-te, saber onde começa o teu pescoço ou sentir-te até ao osso.
Agarrar-te com força até te tirar o ar, sentir a tua forte pulsação ou acalmar-te o coração.
Dar-me a sentir: sentir a água que corre, as flores a abrir ou o teu rosto a sorrir.
Um mar imenso de sensações que me levam até nós. 

Amarrar-te para não mais te largar.

sábado, 1 de março de 2014

"Aconteceu o pior: o esquecimento
Esqueci tudo o que deve ser lembrado
E já não sei se és tu ou se te invento
E se o que resta é só o imaginado

Esqueci o nome o olhar esqueci o rosto
Reclinado nas tardes de setembro
E já não sei sequer quem foi deposto
E se lembro não sei se és tu que lembro

Porque tudo o que esqueci e não esqueci
O esplendor dos corpos no azul de agosto
E aquele não sei que que havia em ti
E aquele ardor em mim de foto posto

Esqueço a  lembrar se te lembro esqueço
E já não sei se és margem ou ainda o centro
De tanto te inventar não te conheço

E quanto mais te esqueço mais te lembro"
Manuel Alegre

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

"Não: devagar.
Devagar, porque não sei
Onde quero ir.
Há entre mim e os meus passos
Uma divergência instintiva.
Há entre quem sou e estou
Uma diferença de verbo
Que corresponde à realidade."


Alvaro de Campos

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Poli



Há duas coisas nesta vida que podemos e devemos tomar como certas: nós e o nosso reflexo. Ainda que por vezes ele nos atraiçoe e nos deixe ficar mal. Mas a quem é que nos deixa ficar mal?
 Dois mil e catorze rima com afirmação. 
Dois mil e catorze é o ano do nós e da mais completa sincronização  entre o nós e o nosso reflexo.