quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Anúncio de Morte

Entrava em casa como querer ficar
Ficava mas não lá estava
Sorria, mas disfarçava
A dúvida do restar

Era esta a sorte
E agora nada resta
Nada disto presta
Bendita Morte

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Utopia Transformada


Partilhar a vida,
Sentimo-nos iguais,
Triste esta sina
Agora somos pais.

Sentir o ar
Construir o afeto
Ver o mar
Ensinar o dialeto 



sábado, 3 de outubro de 2015

Caetano revisto


O meu lábio não faz.
O meu gesto não diz.

domingo, 27 de setembro de 2015




Eu quero amar, amar perdidamente! 
Amar só por amar: Aqui... além... 
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente...
 Amar! Amar! E não amar ninguém!
Recordar? Esquecer? Indiferente!...
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!

Florbela Espanca

segunda-feira, 7 de setembro de 2015


É tão difícil encontrar
Quem contigo queira respirar.

À procura da perfeita imperfeição
Da mais pequena incorreção

Tão bom de amar,
Tão fácil de sarar.


Dr. Matar

Na sua perfeita loucura saía para se encontrar. Dava voltas e voltas à cidade.
-Agora não saio daqui.
Um sonho nojento que me arrasta para fora.
-Vai-te embora.
Estar preso sem nunca ter estado em liberdade neste labirinto em que só a mim me amarro.

Podes perguntar. Pergunta.
-Vá, não sejas cobarde.
Pergunta para onde vais, de onde vens e como cá chegaste.
Interroga-te e sai.
Vai ver o rio a nascer, como ele corre até cá chegar.
Bem junto ao mar. Bem junto a ti, bem junto a nós.
-Que inutilidade, vê.

Há coisas que valem a pena. Aquelas pequenas que nem dás por ela.
Liberta-te e vai. Sai a correr. Já estás perdido e estás...
Nada vais encontrar senão tu perdido nesta maldita droga que te consome o coração, amolece as pernas. Sentir já não é contigo.

Faz como a canção, vai a algum lugar bonito.
Leva-te lá, arrasta-te até lá e fica.
Mas não por muito tempo.

domingo, 6 de setembro de 2015

Rascunho 2.0

Norberto, façamos um exercicio.
Sente-se e observe.

Não há nada para além, disse ele baixando a cabeça no vazio.
Daqui vemos o mundo. Basta olhar, saber olhar.
Com saciedade. Seja veroz, sente-se.


domingo, 30 de agosto de 2015

À Part II

Cai em ti
Espera que melhores
Fica aqui
Não chores.

Sair a correr
Nada vais encontrar
Ficar a doer
Só de olhar o mar.




terça-feira, 16 de junho de 2015

Levantar voo,
Aterrar,
Vais fugir?
Não, vou voar.

Voar?
Partir.
Aturar para maturar
Sair, cansado de anuir.


Tudo não é fácil.

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Part I

Há exercícios imperfeitos
Coisas inacabadas
Só vejo defeitos
Em casas alteradas

Tudo muda
Isto é assim
Habitua-te miúda


Hoje e agora,
Fazer rimas é foda
Sem demora