quinta-feira, 24 de agosto de 2023


Como um corpo.
Apetece-me.
O teu corpo.
Por inteiro. 

Para nada restar.
Osso por osso. Dente por dente.
Por dentro.

De ti. 
Arrancar-te daí.


24.08


quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

Dizem que é a errar que se aprende. 
E eu não aprendi nada contigo. 

terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

 
Um dia escrevo um livro de poemas com o nosso nome. 
Em princípio, fica a meio.
E ponto final.



quarta-feira, 24 de novembro de 2021

Destino final.


Hoje, no teu lugar não vai ninguém. 



sábado, 3 de julho de 2021



Tem dias em que levantamos o sol.
Tem dias em que o sol nos levanta.

Tem dias que é só noite.

sábado, 16 de janeiro de 2021

Ver mais tarde.





Esta é por todas aquelas que guardaste para ver mais tarde. 

Que embrulhaste para levar. Deixaste a arrefecer.  


E que veio a morrer.  



Catarse


O conforto de sair.
A pressa de chegar.
O medo a cair.
A saudade a vazar.

É tudo uma questão de tempo.
O dar.

sábado, 9 de janeiro de 2021


 

Quem não sabe ouvir não merece ficar.


Fica para ver. 

domingo, 3 de janeiro de 2021


Pensas muito alto para alguém que fala tão baixo. 


domingo, 21 de junho de 2020

De novo

A cama de lavado.
Um ser asseado.
A cama de lavado.
Um corpo deitado.




domingo, 31 de julho de 2016

O Amor, Sara.


Cuidar é mimar
Amar é cuidar 
Gostar é sarar.

domingo, 3 de julho de 2016

Contra o tempo



O tempo de espera que nos desespera
Contas o tempo neste contratempo?


sábado, 25 de junho de 2016


Não quero escrever mais. 
Só quero viver mais. 

quarta-feira, 18 de maio de 2016

"Aqui estamos mais uma vez sozinhos. Tudo isto é tão lento, tão pesado, tão triste... Dentro de pouco tempo estarei velho. Tudo então se acabará. Tanta gente que passou aqui por este quarto. Disseram coisas. Não me disseram grande coisa. Foram-se embora. Envelheceram, tornaram-se lentos e miseráveis, cada qual no seu recanto da terra."  
Louis-Ferdinand Céline

sexta-feira, 15 de abril de 2016

Vintes e tal.

Na curva estreita da tua pele, suave:

Crê quem quer. Vê quem sabe. 
De ti, tu tudo trazes. De nós, nada de nada levas.

Abrir ao calhas. Uma opção tua.  
Ao primeiro sol. Na última lua.

Fica nesta. Sê modesta.

Vem viver até ao fim.
Vem viver ao pé de mim.




quarta-feira, 6 de abril de 2016

Um mortório

Porque hoje sinto-me triste:

Se me for, não digas nada.
Fica e espera.
Amargurada, na vida.
Senta, observa e desespera.

Põe uma flor.
Quiçá, até regar o que resta de mim.


quinta-feira, 17 de março de 2016

Carta aberta

Há janelas bonitas, cada uma com a sua história. 
Cada uma com a sua vista. 
Cada uma com a sua perspetiva, cada uma com a sua narrativa. 

Mas o que contam não desvendam tudo. 
Não somos capazes de olhar as extremidades. Não alcançamos a plenitude.
O concreto das histórias fica para lá do olhar. Resta apenas imaginar. 

Mas e se pudéssemos observar tudo de uma vez só? 
Tudo de longe, não sentir o apego. Apenas aconchego. 
Sentar para olhar. 

Há coisas que nunca conseguiremos tocar. Sequer chegar.
Partilhemos um terraço com vista para o mundo.

2/3/16 

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Pequeno dócil ser amargo.


Tornares-te o meu poema.
Aquele que escreverei só para ti depois da noite resolver aparecer e as árvores tornarem-se parte da paisagem.
Aquele que se construirá sozinho, sem qualquer esforço do pensamento.
Só emoção, sem concentração.
Sem partes em branco, porque nada será vazio.
Vem fazê-lo, só estares.  Existires agora, fazer do zero.
Sem ornamento, só matéria pura, sem esculpir: só existir.

sábado, 30 de janeiro de 2016

Um dia ainda vou escrever canções.


Canções sobre a vida,
Canções para a Guida
Canções de embalar,
Ou de fazer chorar.

Canções leves de Outono,
Canções giras, desprovidas
Com um toque de abril
Canções por amor,
Ou apenas sobre a dor.

domingo, 10 de janeiro de 2016


Não falava, não comia e não amava.
Era triste voltar e não queria questionar.
Enfadonha monotonia. 
Antes de morrer, saber respirar.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Anúncio de Morte

Entrava em casa como querer ficar
Ficava mas não lá estava
Sorria, mas disfarçava
A dúvida do restar

Era esta a sorte
E agora nada resta
Nada disto presta
Bendita Morte

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Utopia Transformada


Partilhar a vida,
Sentimo-nos iguais,
Triste esta sina
Agora somos pais.

Sentir o ar
Construir o afeto
Ver o mar
Ensinar o dialeto 



sábado, 3 de outubro de 2015

Caetano revisto


O meu lábio não faz.
O meu gesto não diz.

domingo, 27 de setembro de 2015




Eu quero amar, amar perdidamente! 
Amar só por amar: Aqui... além... 
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente...
 Amar! Amar! E não amar ninguém!
Recordar? Esquecer? Indiferente!...
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!

Florbela Espanca

segunda-feira, 7 de setembro de 2015


É tão difícil encontrar
Quem contigo queira respirar.

À procura da perfeita imperfeição
Da mais pequena incorreção

Tão bom de amar,
Tão fácil de sarar.