domingo, 27 de setembro de 2015




Eu quero amar, amar perdidamente! 
Amar só por amar: Aqui... além... 
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente...
 Amar! Amar! E não amar ninguém!
Recordar? Esquecer? Indiferente!...
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!

Florbela Espanca

segunda-feira, 7 de setembro de 2015


É tão difícil encontrar
Quem contigo queira respirar.

À procura da perfeita imperfeição
Da mais pequena incorreção

Tão bom de amar,
Tão fácil de sarar.


Dr. Matar

Na sua perfeita loucura saía para se encontrar. Dava voltas e voltas à cidade.
-Agora não saio daqui.
Um sonho nojento que me arrasta para fora.
-Vai-te embora.
Estar preso sem nunca ter estado em liberdade neste labirinto em que só a mim me amarro.

Podes perguntar. Pergunta.
-Vá, não sejas cobarde.
Pergunta para onde vais, de onde vens e como cá chegaste.
Interroga-te e sai.
Vai ver o rio a nascer, como ele corre até cá chegar.
Bem junto ao mar. Bem junto a ti, bem junto a nós.
-Que inutilidade, vê.

Há coisas que valem a pena. Aquelas pequenas que nem dás por ela.
Liberta-te e vai. Sai a correr. Já estás perdido e estás...
Nada vais encontrar senão tu perdido nesta maldita droga que te consome o coração, amolece as pernas. Sentir já não é contigo.

Faz como a canção, vai a algum lugar bonito.
Leva-te lá, arrasta-te até lá e fica.
Mas não por muito tempo.

domingo, 6 de setembro de 2015

Rascunho 2.0

Norberto, façamos um exercicio.
Sente-se e observe.

Não há nada para além, disse ele baixando a cabeça no vazio.
Daqui vemos o mundo. Basta olhar, saber olhar.
Com saciedade. Seja veroz, sente-se.