A
distância é um bicho que me come a memória, aos poucos. Lentamente apodera-se
de tudo o que resta de mim. Por isso, quero que todos os momentos fiquem
registados e quero que saibas que nunca me esqueci daquela noite gelada em que
estavas vestida de preto, nem daquele comboio chinês atolado de gente em que te
abraçava delicadamente e te beijava enquanto ia saboreando a tua pastilha
elástica de mentol.
Bem como não me esqueci daquele labirinto que inventaste no
metro, ou do casaco que me estragaste. Aquelas tardes de sol passadas na relva. Aquela noite atribulada mas dedicada junto ao mar, bem como não me esqueci daquelas
noites suaves, quentes e ensonadas no meio dos bichos.
Mas nem só de coisas boas
a minha memória vive e vai morrendo. Ainda não me esqueci daquela noite fria em
que fumei 3 cigarros à janela enquanto te ouvia. Sem nada para dizer constatava
a tua verdade, porque eu já tinha feito tudo. O que foi de nós vai morrer em
mim, não por minha culpa mas pelo bicho da distância, não que eu queira, mas
esse bico é assim. Esse bicho maldito que nos come as memórias boas e más...
segunda-feira, 23 de janeiro de 2012
A distância é um bicho
Publicada por Diogo Sousa à(s) 00:40
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3 Comments:
(:
Que lindo *.*
Olá Patricia, não sei quem és mas obrigado!
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